quinta-feira, 2 de abril de 2015

confim.

  

                             carne sonho
                  chão lâmina scens
                     florem delirium



sábado, 7 de fevereiro de 2015

anil

o timbre demasiado azul da minha voz
guarda um ermo terrível,
inverno luminoso,

por vezes confuso entre o canto dos pardais.

partilho da solidão
que se dá aos cachorros de rua.

religiosamente,
em dias de pouca luz,
um passarinho muito esperto vem roer-me a vista
– tenho alucinações de ostras.

dizem que fiz pacto com a utilidade,
sofro do mal que permeia os contadores e assentados.

sonho o esplendor catártico dos caracóis.

meu obscuro
geme.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

calor

a flor — teu olho
me reponta.

o sol te formiga.

meu ermo  
                desabotoa
esplende  joaninhas.

sábado, 5 de abril de 2014

caixa

"Pedro se encaixou na banda" — Quer dizer que Pedro tomou o formato de caixa e se justapôs às outras — caixas.

haicai #2

infância tem cor azul-triste-menino amarelo-flor.

haicai #1

velho coqueiro servindo de abrigo à flor vermelha.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

sabiá

A Valdir Medeiros.


Veja o sabiá, por exemplo:
Quando completa 34 anos, Sai de casa, Diz que vai comprar cigarro. Sonha em dormir até meio dia. É descontemplado ao piano. Tem asas destrincadas em seu modo de tocar a sorte. Sabiá gasta todo o seu dinheiro em blackjack. Matriculou-se na academia de letras, começa na semana que vem. É ser mundano, esse
Tal qual, da borboleta, o guspe.
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